sábado, 30 de maio de 2009

Mudança de local

Agora estou postando em: http://adrianodsa.wordpress.com/

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O mito do altruísmo (ou não?)

É muito comum se ouvir alguém falar que devemos ajudar os outros, que devemos fazer sacrifícios aos nossos semelhantes. É algo que parece tão certo, tão correto, que poucos são os que perguntam: por que mesmo? Por que devemos ajudar os outros? Porque isso é o correto, alguém responde. E por que isso é o correto? e, a despeito disso, é sempre correto ajudar os outros? O fato é que a maioria das pessoas parece encarar como um tabu o questionamento de valores morais arraigados. É como se, uma vez que a gente intuitivamente sinta que algo é certo, nós não teríamos a necessidade de explica-lo racionalmente.

Mas o fato é que o altruísmo, o ajudar os outros deixando de lados os interesses individuais de quem ajuda, é uma ilusão. Ninguém é verdadeiramente, literalmente altruísta e, se o fosse, estaria fadado a uma morte prematura. Basta imaginar o exemplo extremo de alguém que, num dia de chuva, visse um mendigo na rua com pouca roupa e decidisse lhe dar todas as suas peças de vestimenta e acabasse morrendo de pneumonia, pois isso, por definição, seria o ápice do altruísmo. Eu preferiria dizer, e provavelmente todo mundo o mais, que isso seria o ápice da burrice.

Todas as pessoas, de forma consciente ou não, agem egoisticamente, quer dizer, agem colocando os seus próprios sentimentos como último parâmetro de decidir o que se deve ou não fazer. Se você se despoja de alguns trocados ao dar uma esmola, você estaria, em tese, diminuindo o seu pratrimônio a fundo perdido e, você diria, isso prova que o altruísmo existe e que você é altruísta. Mas, na verdade, há duas opções de porque você agiu como agiu: uma, você fez isso por que isso lhe faz sentir bem. Não vou nem perquirir das raízes psicológicas desse sentimento, mas o fato é que a maioria das pessoas se sente bem ao ajudar, e se você fez algo porque isso lhe beneficia, então não foi um ato altruísta, por definição; Ou duas, você até que de repente nem se sentiu bem ao dar a esmola, mas o fez por considerá-lo ser um ato socialmente esperado e o medo de prejudicar a sua imagem recebendo a pecha de egoísta lhe impulsionou a agir. Nesse caso, não foi um benfício que informou o seu ato, mas foi o medo de uma sanção, o que não deixa de ser uma forma de considerar as consequencias que você arcaria, se tratando, portanto, de egoísmo.

Mas a questão é: não há nada de errado em ser egoísta. O egoísmo não implica, como muito se pensa, em ser mesquinho e ficar o tempo todo com uma calculadora na mão computando os favores que as pessoas lhe devem. Muito pelo contrário. Existe um tipo de egoísmo, que eu acho de egoísmo filosófico, ou egoísmo racional, que se contrapõe ao egoísmo "clássico", ou egoísmo míope, que consiste em determinar a sua conduta segunda regras gerais de maior benefício geral. Com isso eu quero dizer que o indivíduo minimamente inteligente não fica a espreita de qualquer oportunidade de passar a perna nos outros, o que representa o estereótipo que se faz do egoísta, mas ele irá, sim, levar em consideração as consequencias de longo prazo de seus atos. Basta botar a questão em perspectiva: todo mundo quer ser feliz, certo? Esse parece ser o objetivo de 10 em cada 10 seres humanos. Mas a pessoa que age de forma sistematicamente desonesta diminui as suas chances de ser feliz na vida, pois corre o sério risco de fazer cair sobre si algum tipo de punição.

O indivíduo que for, pois, um egoísta filosófico, no fim das contas não poderá ser egoísta no sentido clássico do termo, pois isso lhe prejudicaria no longo prazo. Alguém que mente, frauda, enfim, faz o mal com o fito de conseguir algum benefício imediato acabará, muito provavelmente, sendo punido pela sociedade (esse argumento não vale, claro, para o caso de um um pessoa muito sortuda ou muito ardilosa que conseguisse passar a vida inteira se safando de suas maldades, mas pessoas assim são uma raridade, e, no que concerne ao cálculo racional de probabilidades visando determinar a melhor conduta a seguir, parece mais que razoável que a maciça maioria das pessoas se beneficiaria muito mais sendo indivíduos honestos e bons).

Na realidade, apenas num sentido muito estrito se pode falar em altruísmo: quando alguém faz um sacrifício em favor de outra pessoa sem que isso aparentemente lhe traga nenhum benefício imediato, mas sim alguma promessa de vantagem futura, não necessariamente a ser paga pela pessoa ajudada, mas que o indivíduo reputa compensar o sacrifício atual. É o caso de alguém que ajuda uma pessoa desconhecida que está se afogando arriscando a própria vida para isso. É claro que ele não pode esperar que exatamente aquela pessoa venha a lhe ajudar num possível futuro afogamento seu, mas ele sabe que é preferível viver numa sociedade onde as pessoas ajudam umas as outras e que, para colher o benefício de uma tal sociedade, ele precisa respeitar as suas regras de convivência, pois isso é, no fim das contas, o melhor para ele individualmente falando.

Em biologia existe um termo técnico que se relaciona um pouco com essa idéia: Chama-se teoria do Estado Evolutivamente Estável (EEE). Se trata de uma teoria que afirma que um sistema formado por agentes egoístas que, à primeira vista, acabariam por se destruir mutuamente, na realidade, interagem de tal modo que produzem um efeito no sistema como um todo que resulta em um equilíbrio dinâmico. Como diz Richard Dawkins, em o Gene Egoísta, "outra maneira de expressá-la [o EEE] é dizer que a melhor estratégia para um indivíduo depende do que a maioria da população está fazendo. Como o resto da população consiste de indivíduos, cada um tentando maximizar o seu próprio sucesso, a única estratégia que persistirá será aquela que depois de desenvolvida não puder ser aperfeiçoada por nenhum indivíduo anômalo". Ou seja, se todo mundo for bonzinho, isso beneficiará todo mundo, satisfazendo o desejo egoísta de cada um em ser feliz. É claro que sempre podem existir os indivíduos anômalos, aka "filhos da puta", mas se a sociedade for eficiente em puni-los, será no geral mais vantajoso para cada pessoa ser honesta e, porque não dizer, "altruísta".

Enfim, você até pode fazer algum sacrifício momentâneo em prol de um benefício maior no futuro. Você até pode morrer por um ideal que você acredita ser tão alto que você preferiria deixar de viver a viver sabendo que você o traiu. Mas sempre será uma questão de usar a razão e de pensar em si. Será sempre uma decisão egoísta. Egoísmo no sentido literal da palavra, sem o peso negativo que comumente se atribui a ela. Um egoísmo racional, que tem como consequencia, mesmo que não pareça à primeira vista, uma certa dose de altruísmo, pois de vez em quando alguns sacrifícios em favor de outrem são necessários para garantir a felicidade do indivíduo no longo prazo.

domingo, 14 de setembro de 2008

Divagações sobre a mente

Rascunho de 2005 que eu encontrei no meu HD e resolvi registrar:

Se a mente de um ser humano fosse privada desde sempre, desde antes do nascimento, de qualquer estímulo externo, ou seja, de qualquer experiência, parece óbvio que ela não seria capaz, por si mesma, do nada, de formular conceitos, realizar pensamentos, ou seja, adquirir conhecimento. Todavia, uma vez que essa privação não ocorresse, a mente receberia os estímulos e arranjaria em si essas informações, associando-as, separando-as, enfim, organizando-as. A partir disso, os conceitos e princípios ligados à experiência surgiriam. Agora, a partir desses conhecimentos "a posteriori", novos conceitos, derivados logicamente dos iniciais, podem surgir, e tais conceitos não seriam, pois, ligados diretamente à experiência, mas sim indiretamente pelos conceitos iniciais dos quais derivam.

A mente parece possuir algumas regras formais de raciocínio, uma espécie de fôrma para o conhecimento vindo da experiência, um mecanismo para calcular, processar tal experiência. É como se, caso houvesse a possibilidade de dois indivíduos receberem exatamente, desde o mais remoto momento de suas existências, os mesmos estímulos, as mesmas experiências, eles chegariam a exatamente os mesmos conceitos, as mesmas idéias, ao mesmo conjunto de princípios, enfim, ao mesmo conhecimento.

A mente pode ser imaginada como uma máquina de processamento, sendo as experiências os dados de entrada, e o conhecimento, o resultado do processamento. Não parece certo, entretanto, que as regras formais de processamento sejam imutáveis, que elas não poderiam ir se ajustando segundo os estímulos que fossem recebendo, numa espécie de processo dinâmico de auto-reajuste. Entretanto, talvez haja um conjunto de regras que, de tão fundamentais para o funcionamento do processo, permaneçam imutáveis, como, por exemplo, as noções básicas de tempo e espaço.

sábado, 7 de junho de 2008

A ciência não é uma ideologia

Para sorte das gerações futuras e, quem sabe, nossa mesma, o STF, no fim do mês que acabou de passar, julgou constitucional o art. 5 da lei de Biossegurança que permite a pesquisa com células-tronco embrionárias.

Mas não foi uma decisão unânime: seis dos onze ministros votaram por impor algumas restrições às pesquisas autorizadas, chegando alguns a solicitar alterações na lei ou a criação de órgãos de fiscalização, numa atitude estranha a uma corte de justiça que tem como responsabilidade julgar, e não proferir conselhos ao Poder Legislativo.

De qualquer forma, apesar da questão da separação de poderes ser de grande importância, este post cuidará de tratar de uma opinião defendida nos votos de alguns ministros que foram contra às pesquisas, em especial no voto do ministro Lewandowsky, a saber, de que a ciência é uma ideologia.

Primeiramente, cabe deixar claro o conceito de ideologia. Existem várias possíveis significações para o referido vocábulo: a) ciência que trata da formação das idéias e da sua origem; b) sistema organizado e fechado de idéias que serve de base a uma luta política; c) visão falseada da realidade; d) conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de uma sociedade, de uma época ou de uma classe, e que são produto de uma situação histórica e das aspirações dos grupos que as apresentam como imperativos da razão. É esta última definição que foi utilizada pelo ministro, como se depreende da seguinte passagem de seu voto: "A ciência e a tecnologia, é escusado dizer, nascem e prosperam em um dado contexto social, refletindo, portanto, uma determinada visão de mundo, historicamente situada (...)", e, mais a frente, "(...) o conhecimento científico equipara-se a uma ideologia (...)".

No mesmo voto, Lewandowsky cita a posição de alguns pensadores, como Marx e Habermas, que relacionam ciência e ideologia, além de, no caso de Habermas, ficar explícita a preocupação, aparentemente compartilhada pelo ministro, com a possível "coisificação" que os seres humanos sofreriam por causa da ideologia cientificista.

Antes de levantar as objeções necessárias a essas posições relativas à epistemologia da ciência, vale dizer que, em certo sentido bem estrito, o ministro tem razão. Se olharmos apenas para o significado isolado das palavras, o conceito de ideologia como sendo uma forma de enxergar a realidade nascida de um dado contexto histórico-cultural, então a ciência, como a entendemos hoje, é uma ideologia. A ciência moderna surgiu mais ou menos junto com o Iluminismo, em especial com a adoção do empirismo, ou seja, da técnica de adquirir conhecimento através da observação direta do mundo físico, em contraste com o approach vigente até então, que enfatizava o uso da intuição ou da fé.

Até aí se pode concordar, e se com ideologia se quer dizer apenas isso, não há problema em chamar ciência de ideologia. Mas o problema reside no que se quis dizer para além das palavras. Ao chamar ciência de ideologia, o ministro Lewandowsky não quis apenas chamar a atenção para a história da ciência, mas sim realizar uma crítica que visa pôr, lado a lado, a ciência e outras visões de mundo tidas como ideológicas. Em outras palavras, ele defendeu a idéia, comum em alguns círculos intelectuais da atualidade, de que o pensamento científico é "apenas" mais uma ideologia, nem melhor ou pior do que qualquer outra, estando portanto no mesmo plano do comunismo, do nacionalismo, das religiões de um modo em geral, etc.

Nesse sentido, o de classificar a ciência como mera visão de mundo alternativa, em nada superior a qualquer outra visão, o termo ideologia foi utilizado de forma inapropriada. Se essa significação for utilizada, então se pode dizer tranqüilamente que a ciência não é uma ideologia.

Para isso ficar mais claro, devemos olhar para os fundamentos da ciência. Imaginemos alguém vivendo em algum século remoto no passado. Essa pessoa, ao ver uma rocha caindo observa sua queda: rápida e abrupta. Se, porventura, ele também observa em um momento posterior uma folha caindo de uma árvore, ele percebe que ela cai lentamente, em contraste com a rocha. Dessas duas observações ele pode retirar a crença, que lhe parece razoável, de que objetos mais leves caem mais devagar que objetos mais pesados. Entretanto, como se sabe, essa crença é falsa, e o engano a que o nosso personagem hipotético foi levado a cair reside no fato dele ter desconsiderado a resistência do ar atuante.

Esse tipo de erro, tão comum e "natural", deriva do apego ao senso comum. Quando, de outra forma, se questiona até que ponto o senso comum é válido, até que ponto as nossas primeiras impressões sobre a realidade são verdadeiras, se está começando a entender o "espírito" científico. Como se sabe, nossas crenças pessoais tendem a embotar a nossa percepção das coisas. Elas funcionam como um óculos colorido que nos fazem ver a realidade na cor de nossas preferências subjetivas. Porém, o real não presta reverência às nossas crenças.

É aí que a ciência entra: para se posicionar ante o senso comum e tentar conseguir um conhecimento verdadeiro a respeito do mundo, sabendo que os seres humanos possuem opiniões e valores pessoais, mas tentando diminuir o máximo possível o papel das mesmas no processo. Ou seja, reconhece-se a falibilidade humana e a sua tendência a distorcer a visão da realidade segundo suas próprias crenças, e, a partir desse reconhecimento, constrói-se um mecanismo de eliminação de erros derivados do mero viés daquele que realiza a observação. Nesse sentido, pode-se até mesmo dizer que a ciência não só não é uma ideologia, como ela é anti-ideológica, pois combate exatamente a tendência de falseamento da realidade tão presente nas ideologias em geral.

É claro que não se está aqui a se fazer uma defesa irrestrita ao empreendimento científico. Uma vez que a ciência é um instrumento, ela pode, como foi e é, ser usada para fins nefastos. No voto do ministro Lewandowsky são citados alguns fatos que ilustram essa constatação, como o surgimento da bomba atômica, a poluição da natureza, o efeito estufa, etc. Mas daí não se segue que sempre os cientistas agirão de forma desabonadora, nem que a ciência, enquanto atividade humana, seja um produto de uma mera corrente ideológica. Ela é, ao contrário, o meio mais eficiente já desenvolvido pelo ser humano na tarefa de coletar informações confiáveis sobre o mundo real [1].


[1] - Basta lembrar, apenas a título de exemplo, da impressionante precisão com que a sonda Phoenix pousou no local esperado em Marte, depois de uma viagem a partir da Terra de 679 milhões de quilômetros!

sábado, 29 de março de 2008

Porque eu tenho medo de evangélicos

Todo brasileiro pode acreditar, em matéria religiosa, no que quiser. Esse é um direito protegido pela Constituição Federal, no seu art. 5º, inciso VI. Católicos, evangélicos, espíritas, umbandistas, agnósticos, ateus, enfim, todos estão resguardados no seu direito a liberdade de crença (e descrença).

Uma conseqüência natural dessa liberdade é o direito de não ser obrigado a agir segundo um fé que não é sua. Se você é agnóstico, não é obrigado a continuar casado só porque a religião católica determina que divórcio é pecado.

Entretanto, nem todos parecem pensar assim. Em mais de uma ocasião, tive a oportunidade de perguntar a colegas evangélicos o que eles achavam, por exemplo, no casamento homoafetivo. Todos falaram de imediato que condenam a homossexualidade, mas respeitam os homossexuais e seus direitos. Até aí, tudo bem. Porém, curioso que sou, insisti mais um pouquinho na questão e perguntei se, na caso hipotético deles vierem a ter o poder nas mãos de garantir que esse tipo de casamento permaneça proibido, o que eles fariam? em todos casos a resposta foi a mesma: eles manteriam a proibição, ou, se fosse permitido, proibiriam.

Não adiantou lembrá-los da afirmação feita logo antes de que eles respeitavam o direito alheio. A seus olhos, não parecia haver contradição nenhuma entre dizer num momento que "respeito a crença dos outros", e logo depois falar "mas eles terão agir assim ou assado, pois esta é minha fé".

Enfim, mesmo considerando que esse tipo de postura não é exclusividade dos evangélicos, o fato é que eles estão crescendo em nossa população (segundo o censo do IBGE de 2000, já representam 15% dos brasileiros[1]), e já dominam uma fatia do Congresso Nacional na forma da famigerada bancada evangélica.

Torço para que nunca se tornem a maioria em nosso país. Até onde pude perceber de suas idéias e comportamentos, não seria leviano especular que eles, sem nenhum pudor, imporiam a todos os dogmas de sua crença religiosa particular. Só não o fazem hoje porque não podem.

[1] - http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/08052002tabulacao.shtm

domingo, 23 de março de 2008

O que não está no Google, não está no mundo

Existe um velho brocardo jurídico que diz: "quod non est in actis, non est in mundo" [o que não está nos autos, não está no mundo]. Ele se refere à necessidade do juiz de se ater unicamente aos fatos expressos nas folhas dos autos processuais, não podendo decidir segundo conhecimento direto seu da realidade em análise. É o Direito criando um microcosmo só dele, onde nada mais importa. Claro que esse princípio não é mais levado ao pé da letra por ninguém mentalmente são, mas o que eu quero falar a respeito não é sobre Direito, e sim sobre o Google.

Quando queremos lembrar da letra daquela música, ou confirmar um fato relatado por um colega ou lido em alguma fonte não confiável (um blog, por exemplo), a quem recorremos? os jornais, revistas e TV são as opções tradicionais, mas elas não cobrem mais o universo de informações hoje disponível na Internet. Cabe no fim ao Google a função de tira-teima. Pesquisar nesse "motor" de busca é algo tão comum e difundido que virou verbo na língua inglesa ("to google")[1], e na língua portuguesa ("googlar" ou "guglar")[2].

Por sinal, o banco de dados do Google é tão abrangente que, ao digitar a seqüência aleatória "asfasf sdf df" no teclado, obtive, pasmem, 177 ocorrências. Antigamente, quando alguém queria atacar um argumento do seu oponente, ele poderia dizer: "se o que dizes ocorreu mesmo, por que não vi na TV?". Hoje em dia, teria mais força um contra-argumento assim: "isso que você falou não aconteceu não. Googlei a respeito e não achei nada".

Claro que há muita coisa que existe e não está indexada nas bases de dados do Google, mas é impressionante a importância que essa ferramenta ganhou no nosso dia-a-dia. Afinal de contas, se alguém lhe disser que conhece uma banda XYZ, e você não encontrar nenhuma menção a ela no Google, você pensaria ou não pensaria "será que essa banda existe mesmo?". Quod non est in Google, non est in mundo.


[1] - http://www.merriam-webster.com/dictionary/google
[2] - http://pt.wikipedia.org/wiki/Googlar